4 de abril de 2008


Encontrei essa peça no Tá rebocado
nem precisa de comentário, mas vou colocar aqui um poste de lá na interga..

"Ava Xi'an vendia imóveis em Long Island e passou a vender serviços íntimos quando seu pai, que não tem seguro de saúde, precisou de uma cirurgia cardíaca. Ela comprou livros que aconselham sobre essa carreira via Amazon.com, aumentou seu preço quando percebeu que isso poderia levar os homens a tratá-la melhor e, no momento, está em meio a um "encontro" de uma semana de duração, pelo qual receberá US$ 45 mil.
Veja a notícia completa aqui.

Publicitários são como prostitutas, mas pior remunerados. Repare nas semelhanças que existem entre os profissionais de propaganda e as profissionais do sexo:

1 – Preferimos trabalhar de madrugada porque o serviço rende muito mais.
2 – Começamos um trabalho alegando que não somos como os “outros” e não vamos fazer tudo que o cliente pedir, mas é só ele oferecer um pouco mais de grana que a gente libera qualquer coisa.
3 – O cliente mais satisfeito é aquele que mais nos fodeu, de todas as formas possíveis e imagináveis.
4 – Passamos a vida toda reclamando, mas a verdade é que amamos o que fazemos e, provavelmente, vamos passar o resto da vida fazendo isso - até porque é a única coisa que realmente sabemos fazer.
5 – Apesar de gostarmos muito do nosso trabalho, nem sempre nos sentimos à vontade quando alguém pergunta qual é a nossa profissão.

E isso por causa dos valores distorcidos que vendemos por aí. Moda, consumismo, gasto exagerado, tudo recheado a muita mentira ideológica e moralismos de boteco. Valores que nós mesmos compramos e colocamos como desculpa para nossa venda barata. Até a própria simplicidade da vida virou produto, talhada por garotos sem experiência e conhecimento, que ganham um salário ridículo, em agências que sequer têm um setor de planejamento nem assinam pesquisa. Quantas vezes é o consumidor atraído por um bem ou serviço devido à dinâmica publicitária, e não tanto pelos predicados do bem ou do serviço? O consumidor deixa-se atraiçoar pelo acessório, perdendo o essencial. A publicidade sobrepõe-se ao bem publicitado, numa estranha inversão de prioridades – o instrumento, mais importante que o objeto. Pensem nisso quando estiverem mexendo nas nossas mentes com sugestões irresponsáveis sem embasamento. Somos publicitários, mas somos consumidores também. Como nossos filhos viverão nessa sociedade?

Complicado? Perceba. Nos vendemos mais baratos que as putas porque temos valores distorcidos e noções erradas de grandeza e glamour. Noções essas que ainda alimentamos com nosso trabalho, sem embasamento e sem planejamento. Somos o lobo de nós mesmos numa roda viva que só cresce. Não adianta jogar lixo na esquina e reclamar do governo. Somos os culpados, por omissão ou dolo, por este estado calamitoso. Que nos vendamos melhor, que façamos um trabalho que valha a pena assinar e que cobremos por isso. Os clientes pagam quando temos argumentos. E para isso precisamos de pesquisa e planejamento. E vivemos na era do "achismo". Chega de achar, tenha certeza! E tenha a competência de passar isso pra seu cliente."

Concordo plenamente com o que ele está dizendo... acredito que o mercado de Teresina é fraco, frágil e viciado. Quase todos os publicitários que eu conheço reclamam das mesmas coisas por aqui, mas os anos vão passando e nada é feito. Vejo profissionais magníficos por todo o mercado, em vários pontos, mas sub-aproveitados, por uma falta de energia por parte dos donos de agência. Publicitário é acima de tudo um vendedor... está na hora de começar a valorizar o próprio produto...

Amo Teresina, odeio Teresina
Amo Publicidade, odeio Publicidade...

2 comentários:

Igor Drey disse...

mandou bem, a supremacia da verba e a opinião do cliente, infelizmente ainda é diretriz de uma campanha...
o que não deveria ser, por que eles -clientes-, soubessem de algo, não contratariam agências para esses serviços...
abraço.

Oswaldo Jales disse...

Pois é... é a lei de ouro, quem tem o ouro faz a lei...